Ambiente
O arquipélago de que faz parte Omuhipiti/Ilha de Moçambique é, provavelmente, o remanescente fóssil de um antigo delta extenso. Uma redução no depósito de sedimentos, somada a uma descida do nível do mar e a processos de erosão natural resultaram na separação de várias ilhas do continente. Estes processos de erosão natural, que ainda continuam a fazer-se sentir, deram às ilhas a sua actual configuração.
Os solos nessas ilhas são geralmente areias terciárias sobre uma fundação de grés costeiro, formado através da precipitação de cloreto de cálcio e da cimentação subsequente das partículas de areia.
A formação rochosa superior exposta é composta por grés costeiro recente e organismos marinhos fossilizados, incluindo aglomerados de corais.
![Ilha de Moçambique](/sites/default/files/styles/cc_100_perct/public/2023-05/a1.jpg?itok=VCU-h-Nl)
Omuhipiti, ou a ilha propriamente dita, encontra-se quase totalmente desprovida de recursos naturais. Esta característica, contribui para a dependência, em alimentos e matérias-primas, da parte continental.
No que respeita à flora, existem algumas árvores ornamentais.. A população local considera que a Azadirachita-indica (árvore neem ou margosa) que ladeia alguns passeios da ilha, possui alto valor como pesticida e fertilizante. A vegetação costeira, composta por espécies tais como Canavalia roseus (Fabaceae), Ipomoea pescaprae (Convolvulaceae) e Cyperus maritimus (Cyperaceae), ocorre nas praias arenosas acima da linha superior da maré alta. Estas espécies têm um papel importante na formação e estabilização das praias.
![Vista para o mar ao pôr do sol](/sites/default/files/styles/cc_50_perct/public/2023-05/a4.jpg?itok=332IvYhB)
A vegetação original, antes da urbanização, era composta essencialmente por mangal, alguns arbustos, cobre solos e também palmeiras.
As folhas destas últimas foram, ao longo do tempo, largamente usadas na cobertura das casas, todavía os movimentos migratórios e as viagens comerciais modificaram, progressivamente, a vegetação. Com efeito, foram introduzidas várias espécies vindas do continente bem como da Ásia, das Américas Central e do Sul, e da Austrália. Assim, é possível encontrar Quininas vindas da Índia, Acácias Rubras de Madagáscar e também a Azadirachita-indica.
![Jardim](/sites/default/files/styles/cc_50_perct/public/2023-05/a5.png?itok=acf7h_uz)
Ao longo da contra-costa é notória a presença de casuarinas que fornecem alguma protecção contra os ventos marítimos. O Plano Estratégico da Ilha de Moçambique "refere que a vegetação original da Ilha de Moçambique é muito pouco variada, pelo que diversas espécies de árvores foram introduzidas". Actualmente, é composta, basicamente, por Azadirachita-indica, coqueiros, casuarinas, figueira-brava e uma variedade de acácia-rubra, mafureiras, assim como algumas espécies de fruteiras.
A conservação ambiental é uma preocupação constante, tanto para as autoridades governativas como para organizações da sociedade civil.
![Grande árvore](/sites/default/files/styles/cc_50_perct/public/2023-05/a6.jpg?itok=-ZVNbnE8)
Os fenómenos de erosão nas praias ocorrem já há décadas, sendo difícil concluir sobre as suas causas pois, se por um lado, verifica-se a subida do nível médio das águas do mar, por outro, são patentes as actividades humanas que facilitam os processos naturais de degradação (destruição dos recifes de coral e das dunas, que tem uma influência importante numa maior mobilidade das areias). No entanto, esforços têm sido empreendidos no sentido de repor alguma vegetação, nomeadamente árvores fruteiras e de sombra.
Com efeito, a elevada densidade populacional tem exercido pressão excessiva sobre os poucos recursos disponíveis.